Χαίρετε, ὦ φίλοι. I am an Ancient Greek student at the University of São Paulo (olá, amigos lusófonos!). As I am being taught Greek mainly through a grammar-translation method, I hope to find other approaches to its study that may enrich my learning here on the forum. Hopefully I may also be of help to other members, although I am still a novice.
Thanks for having me. Cheers!
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Welcome to the Textkit forum!
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Um br! E aí, cara? Também estudo grego (e latim), mas por minha conta: ainda estou na escola e não temos dinheiro para pagar um curso.
Tem esta planilha feita pelo Luke Ranieri (que faz uns vídeos bem interessantes sobre latim e grego; o canal dele no YouTube chama-se polýMathy): The Ranieri-Roberts Approach to Ancient Greek - Google Sheets
A ideia dele é que como uma só dessas obras não bastaria para aprender a ler bem, o jeito para o autodidata (e acho que para o seu caso também, já que esses métodos supostamente tradicionais, que na verdade não o são nem um pouco, de tradução e gramática trazem pouquíssima leitura, vide a gramática do Napoleão Mendes para o latim) é estudar mais de uma. Ali ele lista várias e te diz em que ordem estudar os capítulos. É bem interessante! Infelizmente a maior parte é caríssima entre nós brasileiros, mas talvez algumas estejam disponíveis em bibliotecas. Elas podem ser conseguidas também por modos “paralelos”, se você não tem problemas com isso…
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Olá, Ioannes, tudo bem? Imagino que sejam muitos os tupiniquins por aqui, afinal o interesse pelas letras clássicas tem crescido no Brasil – leve-se em conta o número de obras destinadas a seu ensino que têm sido publicadas ou reeditadas recentemente, como a tal gramática de N. M. de Almeida que você citou.
Muito legal que você tenha começado a estudar essas línguas assim tão cedo. Só não sei onde alguém poderia fazer um curso pago para aprendê-las aqui no Brasil… Talvez em algum convento?
Já faz um tempo tenho seguido essa planilha (estou na 17.ª coluna). Ao mesmo tempo faço leituras mais avançadas na faculdade, mas é mais uma decifração que uma leitura. A experiência me tem feito duvidar da possibilidade de aprender a ler uma língua antiga com a fluência com que podemos ler algo em inglês, por exemplo, como falantes não nativos, uma vez que os textos supérstites da literatura greco-romana foram vazados num estilo altamente sofisticado e até certo ponto artificial, do qual está muito afastado o estilo didático desses manuais (o do Greek boy at home talvez seja o que mais se aproxima), de modo que há sempre um hiato imenso entre o input compreensível deles e um texto de Platão, por exemplo. É o equivalente a aprender inglês lendo revistinhas infantis e depois pular para a leitura de Shakespeare ou Melville.
Mas qual você pensa ser o método verdadeiramente “tradicional”? E de quando datam esses outros “pseudo-tradicionais” e como foi que eles suplantaram o primeiro?
Olha, sou bem pouco conhecedor da história desses métodos, mas pelo pouco que li a respeito, isso de aprender a decifrar os textos com gramática e dicionário começou por volta do século XVII (ou XVIII, não me lembro precisamente). Antes disso, aparentemente os educadores usavam coisas semelhantes a esses textos mais simples (o padre Most, por exemplo, no prefácio do manual do professor do seu “Latin by the Nature Method” menciona que no medievo os meninos passavam alguns anos estudando obras simples antes de passar para os grandes autores). Quanto a esse problema da distância entre os textos educativos e os textos literários e difíceis, não sei responder. Mas me parece que a solução não é tentar encará-los como um quebra-cabeça a ser decifrado… Perdão se falei como alguém que entende muito do assunto: sou extremamente leigo (vide a minha repetição do “parece”, “aparentemente”…)!
Quanto aos cursos, até onde sei algumas escolas católicas ainda dão aulas de latim, mas são pouquíssimas e não tive a sorte de estudar em uma (nem sei se existem cá em Brasília). Há alguns cursos online também, como o do Instituto Hugo de São Vítor e o do Rafael Falcón, mas são caros. Eu e muitos outros estamos condenados ao autodidatismo, infelizmente. Graças a Deus hoje em dia existe a internet, senão todo o mundo estava lascado! Eu mesmo só me interessei em latim porque há muito tempo frequento a missa no rito antigo (talvez já tenha ouvido falar, a tal da “Missa Tridentina”) e porque meu confessor me instigou a começar estudar línguas (comecei com o inglês, aí passei para o latim e mais recentemente para o grego). Não fossem essas duas coisas, eu provavelmente não estaria nem aí para essas línguas clássicas, nem para qualquer outro estudo na verdade (foi estudando essas coisas que eu comecei a enxergar o valor de estudar, antes era bem indiferente).
Enfim, boa sorte nos seus estudos! E perdão pelo pedantismo na hora de falar da história dos métodos de ensino.
Χαίρετε!. I’m from Brazil too. Greek is a long journey, there are many challenges, the complex grammar, many dialects (it’s very unlikely you will find everything you want to read in just one dialect), many irregularities (every language has them, but in my opinion Greek has more than most), most words are unrelated to our language (the scientific terms that come from Greek are just the tip of the iceberg), and it’s a dead language, you won’t be speaking with others (there is some effort in this case, but it’s very limited). All that said, it’s not impossible.
The most important thing is to keep your motivation, so you will go far. For me, the Raniery-Roberts approach is excellent, and his YouTube videos with tips are great too.
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Não acho que foi pedante, perguntei por curiosidade mesmo.
Quanto ao latim, creio que sempre foi ensinado de maneira mais ou menos “natural” por conta do uso que dele fazia a Igreja; quanto ao grego, ao contrário, os resquícios que dele ficaram no ocidente até o seu reavivamento a partir do século XIII, creio que foram sempre estudados como quebra-cabeças (graecum non legitur). Foi só com a vinda de intelectuais bizantinos que isso talvez tenha mudado, mas devo estudar mais a respeito para ter certeza. Acho seguro dizer, no entanto, que a própria natureza dos documentos a serem lidos – fragmentários, interpolados, obscuros – pedia um método de análise muito diverso do método natural, afinal os gregos antigos não tinham deixado nenhum input compreensível que pudesse ser lido naquelas alturas.
Boa sorte para você igualmente nos seus estudos e na sua vocação!
Acho que o “Græcum est, non legitur” queria dizer que o trecho não se lia porque não conheciam o grego, não porque ele não era lido por eles com fluidez, não? Digo, o grego para eles era mais ou menos como o etrusco é para nós hoje: uma língua desconhecida e indecifrável. Até onde sei quase todos os ocidentais daquele tempo desconheciam completamente a língua (nem ao menos sabiam as regrinhas e as palavras para decifrar os textos, como muitos fazem hoje), já que não havia quem ensinasse. Depois vieram os estudiosos bizantinos e mudaram a situação, como você disse. Mas posso estar errado.